O Último Respiro, disponível no Prime Video, dramatiza um dos resgates mais improváveis já registrados, com base em um acidente real que deixou o mergulhador Chris Lemons preso no fundo do Mar do Norte sem oxigênio por quase 30 minutos.
O filme tem direção de Alex Parkinson e adapta os eventos ocorridos em setembro de 2012. Na ocasião, Lemons realizava uma operação de rotina junto aos colegas Duncan Allcock e Dave Yuasa, quando uma falha no sistema do navio de suporte o deixou isolado a mais de 100 metros de profundidade.

O acidente que virou filme
Durante a missão, o sistema de posicionamento dinâmico da embarcação Bibby Topaz parou de funcionar. Esse recurso é fundamental para manter o navio estável em alto-mar e garantir a integridade dos cabos que conectam os mergulhadores à superfície. Sem ele, o barco foi arrastado pelas marés, tensionando os cabos até o limite.
O cordão umbilical de Lemons, responsável por fornecer oxigênio e comunicação, se rompeu. Perdido e sem qualquer conexão com o mundo exterior, ele precisou recorrer aos tanques de emergência, que tinham apenas cinco minutos de autonomia. Mas o que aconteceu a seguir desafia qualquer lógica conhecida.
Lemons perdeu a consciência após o fim do oxigênio, e permaneceu submerso por cerca de 29 minutos. Quando foi finalmente localizado por Yuasa e levado de volta à câmara de mergulho, Allcock realizou manobras de ressuscitação. Contra todas as expectativas, ele voltou a respirar e sobreviveu sem sequelas.

Da realidade ao cinema
A história ganhou notoriedade com o documentário Last Breath, lançado em 2019, também dirigido por Parkinson. A nova versão, ficcional, mantém os principais fatos e até utiliza imagens de câmeras reais usadas na missão, somando-as a cenas dramatizadas com Finn Cole, Woody Harrelson e Simu Liu nos papéis principais.
Embora o filme adote algumas mudanças para criar tensão, a estrutura geral do ocorrido é mantida. Entre as licenças criativas, está o momento em que o sistema é reativado manualmente e a forma como Lemons retoma a consciência.
Na vida real, ele subiu a escada da câmara de mergulho por conta própria e falou normalmente instantes após ser reanimado. No filme, esse processo é mostrado de forma mais gradual e dramática. Outra diferença é que, na realidade, ele avisou sua noiva por telefone logo após o resgate, e não pessoalmente, como retratado.

O pós-acidente de Chris Lemons
Apesar do trauma vivido, Chris Lemons não sofreu efeitos permanentes. Menos de três semanas depois do acidente, ele retornou ao local para concluir o trabalho interrompido. Sete meses depois, se casou conforme o planejado. A experiência transformou sua vida e o tornou uma referência em resiliência humana.
Desde então, Lemons já deu diversas entrevistas, contando sua história com detalhes e reforçando que, até hoje, não há consenso científico sobre como ele conseguiu sobreviver por tanto tempo sem oxigênio. O caso segue sendo estudado por especialistas em fisiologia e mergulho de saturação.
O Último Respiro está disponível no Prime Video.